I3DCast: Impressoras 3D são um investimento?

 



A impressora 3D é um investimento?



Se você comprar um martelo, preocupado com o valor de revenda que um dia terá, provavelmente passará a vida sem usá-lo direito. Se a cada arranhão, marca, dente, que surja nele você ver um percentual reduzido, ele não é uma ferramenta, é um tesouro. Um artigo de colecionador.


A impressora 3D é uma ferramenta, e deve ser vista como tal. Vi muitos pequenos empreendedores tentando vender impressoras 3D industriais, usadas, como quem tenta vender um carro usado. O problema que o Brasil é um dos poucos países do mundo que ainda tem a cultura do carro usado. Num mundo de motores se transformando, da combustão para energia elétrica, os carros tradicionais são feitos para serem o mais barato possíveis, e nisso consiste em reduzir custos, levar peças ao limite teórico dos ensaios de engenharia, mínimo material, mínimo peso próprio, melhor relação peso potência, maior controle de revisões, mais constantes e mais caras.


Nos Estados Unidos, para dar um exemplo, é comum ver em séries e filmes pessoas comprando carros usados por 500 dólares. Um carro para a classe médica orbita os 20.000 dólares, lembrando que lá eles ganham em dólares e que um carro lá, custa, por tanto, 20.000 unidades monetárias. O carro não tem poder de revenda. Ele não valoriza. Ele não é uma forma de conservar dinheiro.


Voltando à impressão 3D, as impressoras 3D industriais são ferramentas precisas, mas no final são isso, ferramentas. O custo de manutenção de uma impressora 3D usada, o risco da máquina possuir algum vício ou defeito oculto, e a diferença de valor que alguém pede por uma máquina usada, em geral à vista, versos as condições de compra de uma máquina nova, em garantia, sem risco algum, dificilmente faz uma impressora 3D industrial ter bom valor de revenda. Ela não é uma ferramenta melhor ou pior por isso, é apenas uma ferramenta.


No mercado de impressoras 3D de desktop você até pode argumentar que não é bem assim, e não é mesmo. Com um custo igual ou menor que um smartphone premium ou um tablet relativamente usável, o giro dessa ferramenta é mais fácil. O custo de manutenção é menor, por usar peças de prateleiras, usadas também para outros sistemas como CNC, robôs e plotters, torna mais fácil dar manutenção se algo der errado. 


Não é que uma impressora 3D de mesa desvalorize menos, ou que chegue a ser considerada um “investimento”, ela apenas desvaloriza menos, proporcionalmente, que uma impressora 3D industrial, é mais de girar, mas não espere comprar uma impressora 3D hoje e vendê-la por mais do que pagou nela hoje, no dia do amanhã. Até mesmo por que, as próprias impressoras 3D estão passando por uma mudança de geração.


Assim como os carros estão mudando de motores à combustão para elétricos, com países ao redor do mundo dando datas limites para fabricação, venda e posse de carros tradicionais, as impressoras 3D estão migrando de micro-controladores de 8Bits como um arduino, para sistemas completos em 32bits, com sistema operacional, mais memória, capazes de gerenciar mais sensores e atuadores, com maior precisão, mas isso já é assunto para outro podcast…


Caso seu navegador não carregue o player, acesso o podcast aqui: https://anchor.fm/impresso3d/episodes/Impressora-3D--um-investimento-eq7691


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