I3DCast: O ano em que a Terra parou

 



O ano de 2020 tinha uma grande possibilidade para o mercado de impressão 3D em todas suas ramificações, leis como Rota2030 que aceleram o desenvolvimento do setor automotivo, a BNCC, Base Nacional Comum Curricular, para o setor educacional, o barateamento de opções para usuários domésticos de impressoras importadas chinesas, que exigiria mais dos fabricantes nacionais, a entregarem algo melhor e mais barato que seus produtos atuais, mas então, veio a pandemia.


Falando de usuários domésticos, os volumes foram impactados pela alta do dólar, o fechamento de fronteiras e as dificuldades logísticas de comércio fechado local e insegurança referente ao emprego do comprador, estes são números baseados nos NCMs mais comuns utilizados, e foram extraídos do site do governo federal:



2016 - 10.995 unidades

2017 - 17.635 unidades

2018 - 21.639 unidades

2019 - 42.033 unidade

2020 - 09.961 unidades (YTD


NCM são complicados, são grande categorias de produtos, numa convenção que é válida para o mercosul e que termina regulando o mercado. Até 2015 não tínhamos um NCM só para impressoras 3D, e mesmo depois disso, o NCM genérico anterior continua em uso, gerando distorções, esses dados ditam uma tendência, mais que números reais, já que não só impressoras 3D estão em sua categoria.


Salientando que esses NCMs contemplam tudo que é importado e é impressora 3D, industrial, pessoal, educacional, FDM, resina, o que for.


Com relação aos mercados da indústria, bem, ela não estava lá esse ano para comprar. Nossa indústria está muito desatualizada em relação à indústria internacional, e mesmo as impressoras 3D de operação remota, por WiFi, e mesmo suas aplicações para produzir peças que venham a faltar, pelos mesmos motivos explicados acima, não há cultura de uso ainda, e impressoras 3D ainda são vistas, na maioria das indústrias, como algo supérfluo.


Mesmo cenário para a educação, onde as escolas sofreram para se adaptar à rotina de aulas online, enquanto laboratórios de robótica e STEAM jaziam vazios e sem uso em escolas fechadas. Posso dizer, contudo, que as escolas que já tinham impressoras 3D foram aquelas que, em geral, melhor se adaptaram à educação remota, já habituadas a aulas baseadas em projetos, e no uso de tecnologias em sala de aula, também usaram a impressora para auxiliar sua comunidade cercana, produzindo máscaras, face shields e outros acessórios para seu corpo docente e discente.


Algumas escolas conseguiram conduzir projetos, imprimir remotamente o trabalho de alunos e entregá-los aos pais que passavam em frente à escola pela noite, para que os alunos usassem os materiais impressos nos projetos que desenvolviam em aula. 

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