Como ferramentas impressas ajudam a indústria?


Vimos no texto de ontem que a Volkswagen economizou 150.000 euros no ano em que compraram 7 impressoras Ultimaker para produzir ferramentas de auxílio à montagem dos veículos, localizadores, gabaritos passa-não passa e uma infinidade de outros "produtinhos". Vimos ainda que essa economia para este ano é prevista em 250.000 euros, e não, a diferença entre o ano passado e esse não é a amortização das sete impressoras, que mesmo no Brasil, onde tudo é caro, custam entre 7 e 14 mil reais. Então, qual é o segredo?

O primeiro segredo, em ganhos diretos: o plástico é mais barato que CIBATOOL, Baquelita, ou usinar algo rápido. Simples assim. Mesmo que argumentar que o quilograma do ABS é mais caro que o quilograma do cibatool, se esquece que o segundo ainda precisa ser usinado, e essa usinagem ou é manual, ou seja, tem alguém trabalhando e sendo pago para fazê-la, ou tem que ser programada, e isso leva um tempinho, por mais simples que seja. Na impressora 3D, basta apertar Print. E só.

O segundo ganho é indireto: grandes montadoras em geral, são tão departamentizadas, que a ferramentaria própria, acaba concorrendo com o preço de externas, para garantir que haja sempre o menor custo. Mas comprar algo é um custo: requer três orçamentos, que em geral requer três reuniões para explicar o que se deseja, que depois demanda uma ou mais rodadas de negociações que, por fim, termina no ganhador recebendo o pedido para iniciar a construção de algo. De novo, com a impressora 3D, basta apertar print, só se faz esse samba todo, para comprar a dita impressora 3D e a cada vez que o material acabe.

O terceiro ganho, indireto também, é de espaço. Lidar com arquivos impressos garante que se tenha um inventário de ferramentas digital, em arquivos, num pendrive, por exemplo. Seja ano que vem, ou seja em uma unidade do outro lado do mundo, quando esta ferramenta for necessária novamente, basta imprimí-la, sem ter que manter um inventário de dispositivos e gabaritos estocados, esperando novo uso futuro. O espaço liberado nas fábricas dá para fazer, desde uma nova e ampla área de lazer para os funcionários, como uma mesa de bilhar, como dá para fazer ou linha extra de produção, inteira, às vezes.

Por fim, outro benefício indireto: peças impressas em 3D podem ter sua densidade interna controlada. Ela podem ser "ocas", preenchidas com uma treliça plástica para dar resistência, ou sólidas, se forem sofrer muito esforço. Isso significa que são mais leves, com a mesma resistência, o que significa que seus usuários e operadores sofrem, ou estão menos expostos a lesão por esforços repetitivos, e consequentemente, se afastam menos, gerando menos custos para a empresa. Ainda do ponto de vista dos operadores, como é rápido fazer uma peça impressa, suas sugestões e dicas de como produzir melhores dispositivos, são mais ouvidas, fazendo-os uma parte mais importante da confecção do carro ou produto em questão, e motivando-os a trabalhar melhor, afinal, a ferramenta XPTO, foram eles que ajudaram  confeccionar.

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