EAD - Criatividade - Aula 3: Gestão do tempo - parte 1

O grande problema com a criatividade ou trabalhar de forma realmente produtiva, é que todos nós somos loucos, de alguma forma, e todos nós, de alguma forma, ouvimos vozes.

Caso número 1:

 Você chega ao trabalho cheio de entusiasmo. Teve uma grande ideia durante a manhã e está louco para coloca-la no papel. Ligando o computador, contudo, o som familiar de e-mails jorrando aos borbotões pela sua caixa de e-mails te chama a atenção, eles soterram inclusive aqueles que você não teve tempo de ver na noite anterior.
 Alguns também parecem bastante urgentes. Você então decide que vai responder apenas 2, antes de começar a trabalhar na sua ideia... Vinte minutos depois, você continua no e-mail. Já respondeu o que devia, mas ficou preso nos e-mails de amigos, links e piadas. Você chacoalha a cabeça para espantar estas distrações da mente, fecha o e-mail, e volta à sua ideia.
 Em meia hora você está apaixonado por sí, sua ideia se conecta com tudo que sempre sonhou e mais dois parágrafos e algo genial pode brotar, quando seu telefone toca. É um coachee, falando de algo de uma reunião na semana passada. Você começa a buscar suas notas na sua mesa, mas não as encontra, contudo, há algo que faz seu coração gelar. Você acha uma carta que já deveria ter sido despachada há uma semana. Você diz ao coachee “já te retorno”, e trata de terminar a carta para enviá-la, mas descobre que faltava algo, por isso ela não foi enviada ainda. Você havia pedido algo a alguém para poder enviar, o que era mesmo? E seu pensamento é interrompido pela voz da sua mulher, lembrando-o que hoje é dia de pagar o aluguel, de passar no mercado e de comprar aquela fralda cara que o bebe gosta. O que era mesmo a sua ideia?

Caso número 2:

 A escritora Maya Angelou faz uma distinção entre os tempos de escrever os rascunhos, daquele que faz a revisão:
 “Eu me levanto por volta das cinco da manhã... Pego meu carro e dirijo em direção a um hotel, eu não posso escrever em casa. No hotel então, onde alugo um quarto, do qual eu retiro tudo de todas as paredes, ficamos no quarto eu, a bíblia e algumas cerejas secas, então eu trabalho até as 6:30. Eu escrevo deitada na cama, um cotovelo hoje já está mais escuro que o outro de me apoiar sobre ele, e eu escrevo com letra de mão sobre páginas amarelas. Uma vez que eu começo meu ritual, minhas dúvidas somem, é lindo...
 Depois do jantar, eu reescrevo o que escrevi pela manhã... Ás “oito horas da noite são as horas mais cruéis, por que é quando eu começo a editar, e toda a beleza que eu escrevi é podada.”.
 (Do livro Creators on Creating, Ed. Frank Barron, Alfonso Montuori, Anthea Barron).
 Os hábitos de escrita da Maya Angelou podem parecer meio excêntricos, mas eles realmente fazem sentido, ao escrever em um quarto de hotel ela efetivamente separa seu tempo de escrita do resto da sua vida, eliminando distrações e garantindo que ela atinja o estado mental máximo de criatividade.
 Treinamentos em terapia hipnóticas mostram que o sistema nervoso reage à gatilhos do meio ambiente, por exemplo, se você pensar em uma música que costumava tocar nos seus primeiros encontros com sua namorada/seu namorado, você provavelmente vai sentir as mesmas emoções de nostalgia/romantismo.
 Olhando o exemplo de Maya Angelou, ela obviamente experimenta grandes emoções quando ela está escrevendo, e ela condicionou sua escrita em um local e tempo especial na sua agenda, ela foi treinando seus nervos para associarem a diferente combinação de gatilhos: quarto de hotel, paredes vazias, nada além da bíblia e de cerejas secas, páginas amarelas e letra de mão. Não é de se estranhar que tão logo ela entre no quarto, ela já esteja pronta para escrever criativamente.
 Olhando por esse prisma, muitas supostas excentricidades agora parecem lógicas e razoáveis. Talvez você também tenha um local especial que fará você se focar em atividades criativas – um escritório afastado, uma cadeira em particular, uma mesa em seu café favorito, ou talvez seu notebook favorito ou aquela caneta específica. Uma vez que você os identifique e crie o hábito de utilizar esses gatilhos, eles formarão parte de um ritual mental, ou um processo de auto-hipnose, se preferir, para ajuda-lo a atingir o estado de absorção chamado de fluxo criativo, por Mihaly Csikszentmihalyi. Por fim, se mesmo assim ocorrer de você se ver procrastinando frente a algum trabalho, siga o conselho de Mark Forster, diga para você mesmo: “Eu não vou realmente trabalhar nisso agora, vou apenas dar uma olhada nestas páginas...”.
Quando é o seu tempo mais criativo?
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Se você pudesse arranjar uma agenda ideal, qual o horário você gostaria de proteger para seu trabalho criativo?
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Quão perto da sua agenda ideal você consegue chegar sem violar as restrições de seus horários atuais?
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Você tem um local especial para trabalhar?
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Quais gatilhos físicos, como canetas, papéis, cheiros, computadores ou softwares, rituais ou rotinas você usa para atingir o estado correto da mente?
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Vamos retomar os mapas mentais que fizemos até agora. Aliás, vamos revisar o que já descobrimos sobre você:

- Sua opinião sobre você, seus valores conscientes e suas buscas e objetivos primários;
- Seus pontos cegos, aquilo que as pessoas notam sobre você, sem você saber (e arruina sua Poker Face);
- Suas emoções e como elas atuam sobre sua rotina. Que gatilhos podem estar disparando-as e quais são os motivos reprimidos para elas;
- Gerir uma agenda, conciliando trabalho e vida pessoal;
- Fazer uma lista positiva do que você quer mudar agora e a longo prazo;
- Encontramos seu tempo criativo e ensinamos como fazer uma agenda com base em...
- ... no número de papéis que você representa, como companheiro(a), familiar (filho(a)/pai(mãe)/irmão(ã));
Agora é hora de definir metas e objetivos para sua vida, e ao invés de ser reativo(a), ser ativo(a), elegendo seu futuro e selecionando seu tempo.
Exercício:
Reveja sua agenda, diário, mapas mentais, reveja os dias de 1 à 7 e responda novamente (sem apagar as respostas anteriores, tudo aquilo que já mudou em sua vida);

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