Fazendo suporte com um cabeçote apenas


Para quem quer produzir peças em uma máquina com um só cabeçote não é nenhum fim do mundo. Existem características nos plásticos mais comuns, PKA e ABS, que auxiliam a usar menos material de suporte, e assim, facilitar a impressão.

A primeira característica é o chamado ângulo de alto sustentação, ou o quanto que uma peça pode crescer para os lados, antes de se tornar insustentável ou se derrubar.


A segunda característica é a chamada Bridging, pontes, ou o quanto um seguimento plano de material pode ser depositado entre duas torres, sem precisar de suporte. A foto acima demonstra as duas características, na ponta da corrente temos o ângulo de alto sustentação e entre as pontas dos elos, temos o segmento em bridging.

Diferente materiais terão diferentes ângulos de alto sustenção. O PLA, por exemplo, consegue atingir até um ângulo de 68º, enquanto o ABS chega a até 45º, como comparação para uso da memória, o PLA faz um copo de martini, o ABS faz um copo de requeijão. Existe no thingiver um gabarito de curvas de alto sustentação:


Para Briding o comprimento máximo também varia de acordo com o material. Como regra geral, PLA chega a dois centímetros e ABS a um centímetro.


Claro que essas regras variam de acordo se a máquina tem mesa aquecida e ambiente de impressão fechado. Ironicamente, mesa aquecida e câmara aquecida diminuem os ângulos de sustenção e bridging, por que isso afeta o resfriamento da peça, logo, o tempo de cura e endurecimento é afetado, fazendo com que os ˆngulos sejam menores, pois o material leva mais tempo para secar.

Agora, ter um cabeçote só não significa que você não possa usar suporte solúvel, conforme falamos ontem, suportes solúveis permitem que você crie peças articuladas complexas, mas com um cabeçote só, para que serve?

Existe um aplicação chamada Soluble core, a criação de peças solúveis para serem recobertas com Fibra de Carbono, Fibra de Vidro, Resinas, e demais materiais indiretos, que posteriormente pode-se dissolver o interior da peça, que é solúvel, e assim obter uma peça indireta.

Vamos dizer que você é de uma equipe da Fórmula SAE, ou do Baja SAE, ou até mesmo de uma grande equipe, e você precisa de um novo duto de refrigeração do disco de freio, feito em fibra de carbono, pela leveza, resistência ao calor e resistência mecânica,

Pois você pode imprimir o negativo em material solúvel, lixar para evitar transferência das camadas como rugosidades na nova peça, levar ao forno para cura da fibra e lavar o núcleo solúvel!


Lembrando que o HIPS e o PVA podem ser levados ao forno de cura da fibra de carbono em temperaturas de até 90ºC.


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