EAD - Criatividade - Aula 1: deixar de ser voyer


Chamados de voyeurismo quem gosta de admirar outras pessoas fazendo algo. Em geral, é usado com conotação sexual, mas a realidade é que expressão se aplica a qualquer um com esse tipo de gosto. Voyerismo, da wikipida:


A prática do voyeurismo manifesta-se de várias formas, embora uma das características-chave seja a de que o indivíduo não interage com o objeto (por vezes, as pessoas observadas não estão cientes de que estão sendo observadas); em vez disso, observa-o tipicamente a uma relativa distância.

Quando falamos em ser criativos, por vezes convergimos para duas reações simultâneas: achar que isso é coisa de artista e de pessoas com tempo de sobra, e/ou, achar que isso é para pessoas que nasceram com algum tipo de dom. Afinal, em quem você pensa quando falamos em criatividade? (sério, responda mentalmente em quem você pensa, por uns segundos, o primeiro nome que vier à sua mente).

Se você for do campo de exatas ou amar a tecnologia, pode pensar em Steve Jobs, Bill Gates, Elon Musk ou Stephen Hawkin. Se for do esporte, talvez seus ídolos sejam Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo ou o goleiro Cássio (só provocando com esse último, todos sabemos que não há outro goleiro como foi o Ronaldo e os impedidos). Talvez você goste de administração e pense em Peter Drucker, Trump, João Dória ou Roberto Justus. É do campo da publicidade? Washington Olivetto.

O fato é que, não importa o seu campo, sempre haverá aqueles para ter uma admiração voyeurista, e está tudo bem, mas esse sentimento não pode congelar você de atingir aquilo que você deseja. Não pode te impedir de tentar.

Eu amo desenhar. E passo horas desenhando. Por vezes até acho que algum desenho ficou bom, mas basta abrir qualquer revista em quadrinhos para eu desistir. Mas sabe o que? Eu não desisto, pois enquanto eu tento algumas poucas horas ao mês, as pessoas que fazem aqueles quadrinhos gastam oito horas ao dia, pelo menos!

O mesmo vale para todos aqueles que admiramos. Quem já tentou construir seu próprio sistema operacional? Eu já tentei. E nunca mostrei para ninguém, pois quem vai querer olhar para aquilo que estou criando, quando o Windows, Mac e Linux estão tão prontos? Mas esse é justamente o ponto: tudo aquilo que admiramos, e comparamos nossos primeiros resultados, é uma comparação injusta. Estamos comparando poucas horas de tentativas individuais, contra horas monumentais de um grupo focado em tempo integral.

Também tem o fato dos nossos ídolos por vezes pegarem um atalho. Bill Gates criou seu sistema operacional a imagem e perfeição do MacOS, que por sua vez, Steve Jobs o comprou da XEROX. Que por sua vez, tudo que ele fez foi baseado em um hardware criado por Stephen Wozniak, que aprendeu o que sabia enquanto trabalhava na HP e frequentava o clube de amantes amadores de computadores, o Computers Homebrew Club.

Quer aprender com alguém pouco a sua frente? Quer praticar sem vergonha de que os outros estão te vendo? Pois então comece! E não tente mudar o mundo ou revolucioná-lo de uma só vez, do dia para a noite. Até mesmo as descobertas assim, do dia para noite, por vezes, não dão tão certo assim: quem inventou o microondas estava refinando um radar, ele se deu relativamente bem, melhor que Marie Currie, que descobriu a radiação X, mas demorou tempo demais para perceber seus efeitos.

Seth Godin criou um termo que se tornou mote na minha vida: Soft-Innovation (na verdade, Vaca Roxa, mas vá ler o livro dele para entender). Não revolucione o mundo, melhore-o aos poucos. Provavelmente você até já tem feito isso. Você já solucionou um problemão às 16 horas uma sexta feira que salvou você, ou sua família, ou seus colegas de trabalho e você, de passarem um final de semana trabalhando, ou muito mais. Só não teve tempo, vontade, ou fé, de escrever sobre isso para demonstrar o que encontrou. Seja por que você tinha um happy-hour depois do trabalho, ou faculdade, ou dois filhos gêmeos para voltar para casa que consumiam seu tempo e disposição, quando finalmente dormiam. Ou por que você não deu valor ao que fez, ou foi convencido que "não foi nada demais".

Haja o que houver, acredite em você mesmo, marque para você, num caderno ou num blogge privado, o que descobrir, e quem sabe um dia, você não encontra em suas próprias notas, um padrão que pode ser solucionado por algum produto ou serviço, que você vai ofertar?

Se há uma primeira lição a ser deixada sobre criatividade, ela é, acredite em você mesmo, mas não tente mudar o mundo num só dia. Vá amadurecendo suas ideias, e vá guardando-as para você, pois um dia, você pode criar coragem de publica-las. Só para encerrar, Darwin não queria publicar sua teoria da evolução do mais hápto, por não se achar graduado ou bastante ou suas conclusão não serem relevantes o bastante, mas no entanto, com um bom empurrão do seu irmão, ele conseguiu seguir em frente, e revolucionar o mundo (apos rodar o mundo), com sua teoria hoje chamada de Evolucionismo ou Darwinismo.

Mude o mundo, um problema pequeno de cada vez.

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