Acelerar o desenvolvimento de produtos - Parte 3


A necessidade da gestão do mundo virtual ocorre porque este é o momento de maior dinamismo de alterações da vida de um produto. Produtos nascem como idéias intangíveis que vão sendo modeladas e tornando-se tangíveis quando os diversos setores da companhia agregam seu conhecimento específico (know-how), através de sucessivas revisões de projetos, tornando, pouco a pouco, aquela idéia em um produto exeqüível.

Um grande problema deste processo, que é obrigatório para qualquer forma de indústria de manufatura, é a liberdade de alteração do produto. Quanto mais conhecemos sobre nossa idéia, menor é a possibilidade de recomeçarmos ou criarmos alguma alteração drástica, isto porque, ao mesmo tempo que os diversos setores da empresa aplicam seu know-how na produtibilidade da idéia, máquinas, programas, matéria-prima e outros itens de compra vão sendo encomendados e comprados para garantir o comprimento de cronogramas de fabricação.

Para se atingir então o perfeito equilíbrio entre fabricação e desenvolvimento de um produto, algo como a produtividade com a eficiência da Toyota e a inovação e criação da companhia Google Inc., devemos valorizar ao máximo o momento virtual do produto, pedindo a todos os departamentos da companhia que auxiliem o processo de fabricação e adicionem seu know-how ainda no contexto virtual do produto, antecipando assim ao máximo a linha de conhecimento do produto, para antes de seu “ponto de não retorno” quando ela cruza com a linha de liberdade de alteração, devido ao grande índice de material produzido.

Esta antecipação do conhecimento do produto só é possível através de alguns conceitos que perfazem a filosofia de projeto chamada “PLM – Product Life-Cycle Management”, ou Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto, como:

1.    Projeto Relacional e no contexto correto;
2.    Reuso de projetos anteriores e;
3.    Captura da intensão de projeto.

Estes conceitos evidentemente devem ainda ser geridos por um processo de Gerenciamento dos Dados do Produto, (PDM – Product Data Management), o responsável pelo controle de revisões, de forma simplista, que citamos acima.

No universo virtual, quando toda a empresa tem acesso a ela, é possível, além dos desenhos 3D, análise de cinemática e interferências do 3D, documentação 2D, criação dos programas CN, geração de modelo para análise do cliente direto e indireto, modelagem dos dispositivos e ferramental, é possível ainda obter aquilo que a indústria chama de Protótipo Virtual, ou Digital Mock-up.

O Digital Mockup é um protótipo rápido virtual, uma criação que, quando todos os setores da companhia atuam corretamente, respeita todas as tolerâncias e movimentações que supostamente terá na vida real. Sobre ele é possível então aplicar: Análise de Interfência Detalhada, Simulação de Mecanismos, Simulação de Montagem e Desmontagem e FMEA de Projeto e de Manufatura e por fim, Validação Visual do Produto.

Segundo disponível gratuitamente no site da revista CADesign, única publicação do setor no Brasil, o maior problema da indústria brasileira é a incredibilidade dos empresários brasileiros sobre a veracidade destas soluções eletrônicas.

Conforme recente revelação de pesquisa realizada pelo IDE, revelada no encontro de usuários da AutoDesk (VIP Summit – 2009 – WTC São Paulo), o protótipo virtual, largamente utilizado no estrangeiro, veio por solicitação da indústria de alto desempenho, como Aeronáutica ou Naval, que não podem dar-se ao luxo de executarem “crash test” de seus veículos devido ao grande custo envolvido, e até hoje estas soluções têm sido bem aplicadas. A questão em pauta aqui é realmente, como define da CADesign, encontrar um limite no quanto os empresários brasileiros acreditam de fato que o CAE é exotérico e o quanto o questionamento da utilidade real do protótipo virtual não é uma justificativa para fugir deste investimento.

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