Acelerar o desenvolvimento de produtos - parte 2

Muitas empresas hoje buscam a contínua redução de custos através de pressões sobre fornecedores, melhorias contínuas no “chão de fábrica” e máquinas, equipamentos e treinamentos cada vez mais modernos.

O maior problema é que estes processos cada vez mais enxutos e perfeitos, estão produzindo e fabricando produtos incorretos. São desenhos que foram atualizados em algum setor mas o desenho em último nível (aquele que é o mais atual) não chega à manufatura, desenhos com medidas, vistas ou geometrias inteiras incorretas a partir de um erro dos softwares no processo de converter seu formato de “x” para ”y”, para que o CAM “Y” possa ler e processar as rotas de usinagem do CAD “X”, em outras palavras, o maior problema e desperdício das empresas hoje não estão nos processos fabris e no custo dos fornecedores, mas na própria gestão da documentação eletrônica.

Em verdade, o adágio “a informática surgiu para solucionar problemas que não existiam antes de sua existência” não poderia ser mais verdadeiro quando falamos da gestão da documentação eletrônica, seja ela extensões de arquivos CAD, documentos de pacotes de escritório como textos, apresentações, planilhas ou formatos populares da internet, como PDF, JPG, GIF, TIFF, entre outros.

Desde a invenção da ferramenta que está presente em todos os programas que lidam com os formatos acima mencionados foi inventada, a função “Salvar como...”, a forma de lidar com arquivos nunca mais foi a mesma.

Para nos atermos à área de projetos em nosso exemplo, basta ver que nos dias antigos os desenhos, resultado de um trabalho que seria artístico não fosse normalizado, eram arquivados em grandes gavetas chamadas “mapotecas”. Na necessidade de se alterar ou copiar um conceito em uso em alguma das peças em produção, um projetista encaminhava-se à sala da “mapoteca” e um responsável por este acervo, chamado de “guarda-livros”, verificava se o desenho estava na coleção ou sendo alterado por alguém. Desta forma, era impossível que duas pessoas alterassem ao mesmo tempo o mesmo desenho, seja para o bem ou para o mal.

Nos dias de hoje, quando uma bifurcação surge no momento do projeto, por exemplo: a dúvida entre aplicar ou não determinado ângulo de saída numa peça injetada, o projetista sem titubear aplica o ângulo de saída, mas antes, faz uma cópia prévia do desenho que desenvolvia. Assim, se o tal ângulo de saída não fosse necessário ele já teria uma cópia, sem a modificação, da qual ele poderia continuar.

Mas imaginemos que este processo se repita numa empresa multinacional, da qual a cada bifurcação de projeto todos os projetistas agissem da mesma forma. Seria impossível a curto prazo determinar qual era o desenho em último nível, com todas as corretas relações e aplicações de normas necessárias.


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