Impressoras 3D e Faculdades


Não vou mentir, quando vendemos uma impressora 3D para a Universidade Estadual do Amazonas, eu achei que iria chegar em Manaus coberto em pompa e circunstâncias, apenas para descobrir que a impressora que eu vendi lá era a terceira a ser instalada no campus. E que eles davam uma surra em instalações das faculdades onde eu mesmo estudei, aqui em São Paulo.

A UEA possui convênio público privada com salas patrocinadas, como o instituto Ocean, mantido pela Samsung (e que me fez ter orgulho do aparelho que eu portava na ocasião da visita), com sala auditório, cercada por mini laboratórios de drones, robótica, eletrônica e impressora 3D, claro...

Não são poucas as faculdades que já possuem impressoras 3D, mas infelizmente, também não são suficientes as que possuem. Se olharmos a série FabLab do Fantástico, da TV Globo, veremos que existem várias iniciativas, vemos tantas e tantas outras, como os SENAI's, Universidade de Brasília, FATEC Sorocaba, Santa Maria, Universidade Estadual do Amazonas, instituições que usam a impressora 3D (embora hajam aquelas que tranquem a impressora em uma sala  e a faça objeto de devoção, mas nunca de uso, pois você sabe, "o preço da matéria prima é inviável" e que é para usar apenas "em último caso").

Mas por outro lado, o grande número de instituições que fiz, ou fizemos palestras, divulgamos, viajamos noite e dia com uma impressora 3D embaixo do braço, para descobrir uma série de alunos que nunca viram uma impressora 3D na vida, tão pouco sabem para que serve, é incrível.

E são faculdades que são multinacionais, nacionais com ampla cobertura no território, instalações de primeiro mundo em algum laboratório, mas impressoras 3D, nenhuma.

Como convencer a indústria dos benefícios das impressoras 3D quando as faculdades ainda não deram esses passos? O pior? Ouvir num desabafo como esse, que é assim mesmo, faculdades são as últimas a perceberem e/ou receberem inovações tecnológicas. Como é que é? Pois bem, eu tive que ouvir isso, e não foi só uma vez. "A faculdade ensina o que o mercado pede. A faculdade ensina o que a indústria demanda. A faculdade mostra aquilo que os alunos vão lidar no dia a dia apenas.", essa série de afirmações só serve para mostrar que ao menos no Brasil, faculdades são como as músicas do Cazuza, um Museu de grandes novidades.

Em qualquer lugar do mundo, achar inovações questionáveis, de uso duvidoso, em faculdades, faz parte do processo que faz uma faculdade, a pesquisa, a experimentação, a descoberta, mas no nosso país, faculdades têm servido de moldes, prensas, estampos, que formam operadores iguais, em série, e sem novos pensamentos.

Até quando?

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